E eu com a COP?

A COP 28 – 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), acontece até o 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. De acordo com o Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC), mais ações concretas devem acontecer.

Mas, e eu com a COP?

À medida que as temperaturas globais e as emissões de gases de efeito estufa batem recordes, segundo o Relatório do PNUMA – instituição ligada às Organização das Nações Unidas, o aquecimento da terra impulsiona a crise climática, marcada por eventos extremos, como o calor excessivo, as secas prolongadas e as chuvas intensas.

Conclui-se que o não cumprimento dos compromissos de redução dos gases do efeito estufa (GEE) colocam o mundo no caminho para um aumento da temperatura ainda maior, apontando para a necessidade urgente de uma maior ação climática.

É possível afirmar que não há nenhuma pessoa ou economia no planeta intocada pelas mudanças climáticas e condições meteorológicas extremas.

Acredita-se que o ponto chave da COP 28 seja a discussão em torno do Acordo de Paris, que é esforço conjunto como resposta global aos impactos provocados pela mudança climática. Espera-se discussões mais aprofundadas de como as nações colocaram em prática as ações previstas por esse acordo, que tem como finalidade limitar a elevação da temperatura do planeta a 1,5°C, até 2050.

Vale lembrar que em 2016, após a aprovação pelo Congresso Nacional, o Brasil entregou às Nações Unidas as metas oficiais para o cumprimento deste acordo, sendo revisado em 2023 onde se comprometeu a reduzir as emissões de GEEs em 53% até 2030. Ainda assim, o país carece de instrumentos regulatório para que o mercado de carbono regulado seja uma realidade e trazendo esperança para o alcance das metas propostas.

Além disso, espera-se que o fundo para transição e reparação “decole” e atinja a marca de U$ 100 bilhões, sendo prioritário para ajudar as nações menos favorecidas no corte de emissões, em transições verdes e justas e no financiamento climático.

A transição para um desenvolvimento de baixo carbono coloca desafios econômicos e institucionais aos países de baixa e média renda, mas também proporciona oportunidades significativas. Sendo que, principalmente nesses países, podem ajudar a proporcionar acesso universal à energia, tirar milhões de pessoas da pobreza e expandir indústrias estratégicas.

O crescimento energético associado pode ser alcançado de forma eficiente e equitativa com energia de baixo carbono à medida que as energias renováveis se tornem mais baratas, garantindo empregos verdes e um ar mais limpo.

Por fim, espera-se que o texto final a ser publicado após as negociações traga uma mensagem coerente e firme quanto a manutenção das metas de aquecimento global e foque em ações imediatas e de larga escala para o seu atingimento, o que certamente afeta a vida cotidiana de todos nós.

Autor: Luana Romero, Diretora-executiva do Ideias