Consumo consciente: a realidade por trás do fast fashion

O fast fashion traz mais do que roupas baratas – traz também uma série de impactos ambientais negativos. Do desperdício à poluição dos oceanos, suas consequências são vastas.

O termo foi utilizado pela primeira vez em um artigo do New York Times em 1989 para descrever a primeira inauguração da loja de varejo Zara, nos Estados Unidos. O objetivo da marca, de acordo com o Times, era que o desenvolvimento do design e conceito das peças até chegarem no consumidor fosse feito em apenas 15 dias.

De acordo com a plataforma de dados ambientais Earth.org, o material usado nessas roupas ​​podem durar de sete a dez usos antes de ficarem desgastados.

Para manter o preço de produção baixo, as peças são muitas vezes feitas com materiais como o poliéster – uma fibra sintética e barata feita de petróleo, um combustível fóssil não renovável, que pode levar aproximadamente 200 anos para se decompor, de acordo com o Greenpeace.

Além disso, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o esforço necessário para manter a indústria da moda em operação – incluindo fabricação e transporte – é responsável por 10% das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Para além dos impactos gerados na produção, também existe o problema do descarte. Com um ciclo de vida tão curto, muitas peças vão parar precocemente em aterros sanitários e lixões.

E a indústria de fast fashion não depende apenas de materiais baratos, mas também depende fortemente de mão-de-obra barata, com aproximadamente 75 milhões de trabalhadores fabris em todo o mundo, com apenas 2% deles ganhando um salário digno, de acordo com a Universidade George Washington. As empresas de vestuário tendem a recorrer a países como a Índia, Bangladesh e Paquistão para fabricar seus produtos.

Portanto, o fast fashion não é apenas uma questão de estilo, mas também uma questão ambiental que merece nossa atenção.