Por Vitor Romero, diretor comercial do Ideias

Vivemos um momento histórico: o mundo reconhece que a forma como produzimos, distribuímos e consumimos energia não é apenas questão técnica ou ambiental, mas também social, econômica e política. A transição energética, ou seja, a mudança do uso da energia não renovável para fontes limpas e renováveis, já não é um objetivo distante, mas um caminho real e mais próximo para o desenvolvimento sustentável.

Os impactos ambientais são evidentes: redução das emissões de gases de efeito estufa, menor poluição atmosférica e preservação de ecossistemas. Mas, no Brasil, os efeitos vão além. Já somos destaque: em 2024, 88,2% de toda a energia elétrica gerada veio de fontes renováveis, segundo dados do Balanço Energético Nacional (BEN).

O número é significativamente superior à média mundial e garantiu que a matriz elétrica brasileira se mantivesse entre as mais limpas do mundo. Esse protagonismo não é apenas resultado da abundância de recursos naturais, mas também de décadas de investimentos em hidrelétricas, e, mais recentemente, na diversificação para fontes como a eólica e a solar, que crescem em ritmo acelerado e já ocupam papel de relevância na matriz.

Além da vantagem ambiental, essa configuração fortalece a competitividade do país no cenário global, já que energia limpa é fator decisivo para atrair investimentos e viabilizar setores estratégicos.

No campo social, a transição precisa ser justa, garantindo que os benefícios cheguem também às populações vulneráveis. Mais do que reduzir emissões, trata-se de combater desigualdades históricas, promovendo acesso à energia limpa e barata para quem mais precisa.

O modelo de transição energética inclusiva também contribui para democratizar a produção de energia, transformando consumidores em protagonistas do processo. Ao envolver comunidades na geração e gestão da própria eletricidade, abre-se caminho para maior independência energética, redução de custos familiares e estímulo a novos empreendimentos sustentáveis.

É uma agenda que une justiça social, inovação e sustentabilidade, pilares fundamentais para que a transição energética seja, de fato, transformadora.

É também nesse contexto que empresas e organizações precisam atuar, apoiando iniciativas que unem energia limpa e ESG. Isso significa investir em eficiência energética, modernizar estruturas, promover geração distribuída em comunidades de baixa renda, ampliar o diálogo com stakeholders e garantir que cada avanço tecnológico venha acompanhado de justiça social.

Há desafios a superar: marcos regulatórios ainda frágeis, custos de capital elevados e a necessidade de capacitação técnica em regiões remotas. Mas há, sobretudo, uma oportunidade única de fazer da energia renovável não apenas uma fonte mais limpa, mas também um vetor de inclusão social e fortalecimento econômico regional.

A transição energética é mais que uma tendência global: é caminho real para elevar o padrão de sustentabilidade no Brasil. Quando empresas, governos e comunidades caminham juntos, a energia que geramos também se transforma em energia que cuida, que inclui e que constrói um futuro mais justo.

 

Artigo publicado em  ESBrasil

IDEIAS FORM: transformando dados em decisões sustentáveis

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