A expansão e protagonismo do BRICS+ — agora composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia, Irã e Indonésia — colocam o bloco como peça-chave na transição energética global. Em sua 17ª Cúpula, realizada no Rio de Janeiro em 6 e 7 de julho de 2025, os líderes defenderam um modelo de desenvolvimento verde e justo, com destaque para o financiamento climático acessível pelos países ricos.

BRICS clama por “financiamento climático justo” aos países ricos

Em comunicado conjunto, o BRICS reafirmou que os países desenvolvidos têm a responsabilidade principal de financiar a mitigação e adaptação climática — uma demanda histórica do Sul Global. A CNN Brasil destacou que o bloco defende que tais recursos sejam canalizados com urgência e a juros compatíveis com o desenvolvimento sustentável dos emergentes .

Além disso, o grupo reforçou apoio ao Tropical Forests Forever Facility (TFFF) — fundo proposto pelo Brasil para proteção florestal global — e cobrou medidas contra barreiras comerciais verdes como o Carbon Border Adjustment Mechanism (CBAM) da União Europeia.

Avanço renovável: BRICS acelera a saída do fóssil

Segundo o Global Energy Monitor, em 2024 o BRICS+ somou 190 GW de capacidade não fóssil, contra apenas 72 GW fóssil. Projetos emblemáticos, como a usina solar de concentração Redstone (África do Sul) e o apoio de China e Emirados ao TFFF, ressaltam o avanço significativo rumo à descarbonização.

O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) — banco multilateral do BRICS — projeta investimentos de US$ 30 bilhões até 2026, com 40% desse montante destinado a projetos com enfoque climático

Paralelamente, o bloco apoia a meta de mobilizar US$ 1,3 trilhão até a COP30, agendada para novembro em Belém–PA, enfatizando o compromisso com o “Mapa do Caminho de Baku a Belém”.

Multilateralismo e defesa do Sul Global

O BRICS reforçou na cúpula que seu papel é restabelecer o multilateralismo climático justo, criticando o unilateralismo das nações ricas e pedindo reforma na governança dos bancos multilaterais como GEF e UNFCCC.

Líderes também demandaram o cumprimento da meta anterior de US$ 300 bilhões ao ano até 2035 e a revisão das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para fortalecer o Acordo de Paris.

O BRICS+ emerge como protagonista da transição energética global. Seu protagonismo combina avanços em energia renovável, financiamento climático, diplomacia multilateral e reformas estruturais. A COP30 em Belém será o próximo palco para consolidar essas iniciativas. A determinação do bloco em exigir “finanças climáticas acessíveis” e implementar fundos como TFFF reflete uma mudança de paradigma liderada pelo Sul Global.

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