A Amazônia é reconhecida mundialmente como o maior bioma tropical do planeta, com uma biodiversidade única que abriga milhões de espécies de fauna e flora, muitas ainda desconhecidas pela ciência. Nos últimos anos, o conceito de bioeconomia amazônica vem ganhando destaque como estratégia essencial para conciliar desenvolvimento econômico, inovação e conservação ambiental. A bioeconomia utiliza recursos naturais de maneira sustentável, criando produtos e serviços que geram valor econômico, respeitando os ecossistemas e valorizando os conhecimentos tradicionais das comunidades locais.
De acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a bioeconomia pode movimentar até US$ 284 bilhões por ano na América Latina até 2030, e o Brasil, com a Amazônia, detém o maior potencial para liderar esse mercado. Produtos como açaí, castanha, cacau, óleos vegetais, resinas e extratos da sociobiodiversidade já integram cadeias globais de valor, mas ainda representam apenas uma fração do que pode ser explorado de forma sustentável.
O governo federal, por meio do Fundo Amazônia, anunciou investimentos que ultrapassam R$ 600 milhões em 2024, voltados à bioeconomia, inovação tecnológica e regularização fundiária. Esses recursos buscam fortalecer comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas, promovendo atividades econômicas que geram renda, preservam a floresta e incentivam a valorização de saberes locais. Organizações internacionais, empresas privadas e startups também têm se engajado, atraídas pelo potencial de inovação em áreas como biotecnologia, cosméticos, farmacêuticos, alimentos funcionais e produtos sustentáveis.
Segundo a Embrapa, a Amazônia concentra cerca de 20% de toda a biomassa renovável global, demonstrando o imenso potencial para pesquisa, desenvolvimento e produção de insumos de alto valor agregado. Além de gerar empregos e renda para comunidades locais, a bioeconomia promove benefícios ambientais significativos, como a redução do desmatamento, a conservação da biodiversidade e o fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis.
O momento é estratégico: com a proximidade da COP30, em Belém, a bioeconomia amazônica ganha visibilidade internacional, mostrando que é possível unir crescimento econômico, inovação e conservação ambiental. Para o Ideias, apoiar e divulgar essas iniciativas significa reforçar a Amazônia como território de inovação, sustentabilidade e inclusão social, criando modelos replicáveis que inspiram o Brasil e o mundo a construir uma economia mais justa e verde.
