
Vivemos um momento em que sustentabilidade e responsabilidade socioambiental deixaram de ser opcionais. Empresas, investidores e a sociedade civil estão cada vez mais atentos ao impacto real das ações no território. No centro desse debate está a economia de impacto, uma abordagem que une propósito, retorno financeiro e transformação social.
A economia de impacto é mais do que um conceito: é uma forma concreta de unir sustentabilidade, inclusão social e retorno financeiro positivo. Seu objetivo é resolver problemas sociais e ambientais com eficiência, respeitando os contextos locais e promovendo autonomia e dignidade para as comunidades envolvidas.
Em vez de apenas minimizar danos, a economia de impacto propõe gerar valor compartilhado. Isso significa investir em soluções que melhorem a vida das pessoas e, ao mesmo tempo, sejam sustentáveis do ponto de vista econômico.
Mas por onde começar quando falamos de territórios reais, com suas complexidades e potências únicas?
Cinco passos fundamentais para iniciar ações de impacto em um território:
- Escute o território com atenção e presença – toda transformação começa pela escuta qualificada de lideranças e moradores.
- Faça um diagnóstico socioambiental participativo – combine indicadores técnicos e percepções comunitárias.
- Construa soluções com participação ativa – co-construir aumenta legitimidade e eficiência.
- Defina indicadores de impacto claros e acessíveis – monitore continuamente com ajustes quando necessário.
- Fortaleça redes e gere autonomia – invista em capacidades locais e mecanismos de continuidade.
Para entender como esses princípios funcionam na prática, conversamos com Maisa Porto, diretora de Gente e Gestão do Ideias. Com experiência na integração de práticas socioambientais em estratégias de desenvolvimento humano e gestão de equipes, Maisa compartilha sua visão sobre os desafios, aprendizados e caminhos para colocar a lógica da economia de impacto em ação — tanto em negócios quanto em políticas públicas.
A entrevista mostra que a economia de impacto vai muito além de métricas e relatórios. Ela exige escuta ativa, coragem para transformar modelos de negócio e compromisso com o território. Mais do que resultados imediatos, trata-se de gerar valor compartilhado e legado social.
No Ideias, essa transformação acontece todos os dias, por meio de projetos que aliam inovação, diálogo social e sustentabilidade prática.
Se você acredita que é possível fazer diferente — com ética, justiça socioambiental e impacto positivo — este é o momento de agir. Confira.
1. Na prática, quais são os principais desafios que você encontra ao medir o impacto real de um projeto socioambiental nos territórios onde o Ideias atua?
Maisa Porto: Um dos maiores desafios é a complexidade dos contextos locais. Cada território tem dinâmicas próprias, e muitas vezes os impactos não são imediatamente mensuráveis com indicadores tradicionais. Escutar as comunidades de forma profunda e contínua exige tempo, confiança e metodologia adequada. Trabalhamos com indicadores mistos — quantitativos e qualitativos — e sempre buscamos incluir a percepção das pessoas como parte essencial da mensuração. Outro ponto crítico é a continuidade: impacto não se mede só no encerramento de um projeto, mas no médio e longo prazo, o que exige pactuações sustentáveis entre todos os envolvidos.2. Como as empresas podem sair do discurso e realmente incorporar a lógica da economia de impacto em seus modelos de negócio e cadeias produtivas?
Maisa Porto: O primeiro passo é entender que economia de impacto não é caridade, é modelo de geração de valor compartilhado. As empresas precisam alinhar seus objetivos financeiros com metas sociais e ambientais desde a concepção do negócio, e não como um “extra” ou área paralela. Isso significa revisar práticas de compras, relações com comunidades, governança e até a remuneração de lideranças. A escuta ativa dos stakeholders e a criação de indicadores de impacto integrados à estratégia são cruciais. Quando o impacto deixa de ser relatório e vira critério de decisão, o discurso começa a se tornar prática.3. Você acredita que o investimento de impacto pode ser uma ferramenta eficaz para promover justiça socioambiental em comunidades vulneráveis? Pode compartilhar um exemplo concreto?
Maisa Porto: Sem dúvida. O investimento de impacto tem potencial de redirecionar capital para soluções reais de transformação. Podemos usar recursos de impacto para garantir não apenas moradia, mas também geração de renda, educação ambiental e infraestrutura comunitária. O diferencial é envolver a comunidade desde o diagnóstico até a execução. O retorno vai além do social: reduz conflitos, aumenta a legitimidade do empreendimento e fortalece vínculos institucionais. Isso é justiça socioambiental com sustentabilidade financeira.

Fazer economia de impacto é sair do discurso e entrar no campo. É agir com escuta, responsabilidade e parceria. No Instituto Ideias, acreditamos que transformar realidades só é possível com diálogo, planejamento e ações concretas, sempre respeitando a vida, a cultura e os saberes dos territórios.
Quer começar a aplicar essa lógica nos seus projetos? Fale com a gente.
📢 Vamos juntos?
Compartilhe este conteúdo com sua equipe ou rede de parceiros.
Entre em contato com o Ideias e leve a economia de impacto para seus projetos.
Acompanhe nossos conteúdos sobre ESG, sustentabilidade e inovação social.