O campo brasileiro desempenha um papel fundamental na sustentação econômica, ambiental e social do país. Responsável por cerca de 24,8% do PIB brasileiro em 2023, segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o setor agropecuário não só abastece o mercado interno como também coloca o Brasil entre os maiores exportadores mundiais de alimentos, fibras e bioenergia.
Além da produção econômica, o campo é essencial para a conservação ambiental. Mais de 30% das áreas protegidas do país estão sob responsabilidade direta de produtores rurais, segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). Muitos agricultores, especialmente os familiares, desempenham papel relevante na manutenção da biodiversidade, no uso sustentável dos recursos naturais e na segurança alimentar das populações urbanas e rurais.
O Brasil possui cerca de 4,4 milhões de estabelecimentos agropecuários, segundo o Censo Agropecuário 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos quais mais de 77% são de agricultura familiar. Estes pequenos produtores são responsáveis por aproximadamente 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
Entre os principais desafios do campo no Brasil estão:
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Avanço do desmatamento ilegal e das queimadas, especialmente na Amazônia e no Cerrado, muitas vezes associados à expansão não planejada da fronteira agrícola. Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em 2024, houve um aumento significativo no número de queimadas em comparação com o ano anterior, com um aumento de 78% em relação ao mesmo período de 2023.
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Conflitos fundiários e a falta de regularização de terras, que afetam principalmente comunidades tradicionais e povos indígenas.
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Mudanças climáticas, que têm provocado secas mais intensas, geadas fora de época e eventos extremos, prejudicando safras e afetando a estabilidade da produção.
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Desigualdade no acesso à tecnologia e ao crédito, que ainda limita a competitividade de pequenos produtores.
Apesar dos desafios, o campo brasileiro também tem registrado conquistas relevantes:
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A adoção crescente de boas práticas agroambientais, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o uso de tecnologias de agricultura de precisão, que têm melhorado a produtividade e reduzido impactos ambientais.
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O fortalecimento de políticas públicas como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o Plano Safra, que garantem linhas de financiamento e incentivos sustentáveis.
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Iniciativas privadas e cooperativas que promovem a certificação ambiental, o comércio justo e cadeias produtivas sustentáveis.
O futuro do Brasil passa necessariamente pelo campo. Promover um desenvolvimento rural sustentável — que una produtividade, justiça social e conservação ambiental — exige investimentos, governança eficiente e valorização do conhecimento técnico e tradicional. O país tem recursos e capital humano para isso, mas é necessário fortalecer políticas públicas e dar atenção permanente à ciência, à inclusão e ao respeito socioambiental.
