
A COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) acontecerá em novembro de 2025, em Belém do Pará, e marca um momento histórico para o Brasil e para a agenda climática global.
Em um cenário em que o ano de 2024 foi registrado como o mais quente da história e o país enfrenta tragédias como enchentes e incêndios, afetando milhões de pessoas, a pauta climática deixou de ser sobre o futuro. É sobre o agora!
No próximo mês, em junho, Vitória será palco de uma etapa oficial preparatória da COP30, colocando o Espírito Santo no mapa das decisões mais importantes sobre o futuro do planeta. Para discutir os impactos e o legado desse movimento, convidamos a diretora-executiva do Ideias para refletir sobre a importância da conferência e da ação local frente à crise global.
“O futuro começa nos territórios”
Luana Romero, diretora-executiva do Ideias e especialista em práticas ESG
“Realizar uma etapa oficial da COP30 em Vitória mostra que não existe protagonismo climático sem descentralização. O futuro é construído em rede, com os territórios, com os saberes locais, com as comunidades. Essa escuta e construção coletiva é o que pode transformar discursos em ação”, afirma Luana.
Segundo a especialista em ESG, um dos maiores desafios da agenda climática é traduzir grandes temas em mudanças práticas no cotidiano.
“Muita gente ainda vê a COP como algo distante. Mas ela tem tudo a ver com o nosso dia a dia: com o acesso à água, com a segurança alimentar, com o emprego verde, com as cidades onde vivemos. A crise climática está nas nossas ruas e a resposta também precisa estar”, completa.
Para Luana, A COP30 precisa ser mais do que uma conferência: precisa ser uma virada de chave cultural, capaz de redefinir a forma como lidamos com o meio ambiente, as relações de consumo, o desenvolvimento econômico e as desigualdades sociais.
“Estamos falando de escolhas que afetam vidas: o que produzimos, o que consumimos, como investimos, como cuidamos do que é comum. A agenda climática não se resolve só com tecnologia, ela exige coerência, educação e compromisso real com o coletivo”, completa.