
O Brasil, país-sede da COP30, intensificou nesta semana os apelos internacionais para que as nações apresentem seus novos planos climáticos — as chamadas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) — até 25 de setembro de 2025. Esses documentos são fundamentais para mostrar como cada país pretende reduzir emissões de gases de efeito estufa e enfrentar os impactos da crise climática.
Segundo dados divulgados pelo Itamaraty e pelo Ministério das Relações Exteriores, apenas 28 países haviam enviado suas metas até agora, número considerado muito baixo diante da urgência de ação. Entre os que ainda não apresentaram compromissos estão grandes emissores como China e União Europeia. Para o embaixador André Corrêa do Lago, diplomata brasileiro à frente da agenda climática, os NDCs representam mais do que metas: eles simbolizam a visão de futuro compartilhada da humanidade.
Por que os apelos climáticos são tão importantes?
O prazo de setembro é decisivo porque a COP30, em Belém, será o palco de revisão global das metas climáticas, o chamado Global Stocktake. É a partir dos NDCs atualizados que se poderá avaliar se o mundo está ou não no caminho para limitar o aquecimento global a 1,5ºC, conforme previsto no Acordo de Paris.
Sem novas metas, a chance de reduzir emissões de forma compatível com a ciência diminui drasticamente. Além disso, a ausência de compromissos claros compromete o financiamento climático e as políticas de transição justa que afetam milhões de pessoas, em especial nos países em desenvolvimento.
O papel do Brasil na mobilização
O Brasil tem buscado exercer liderança global nessa agenda. Além de sediar a COP30, o governo convocou consultas presidenciais em 25 de setembro e 15 de outubro, com o objetivo de pressionar os países a entregarem suas NDCs e ampliar a transparência nas negociações.
O país também tem destacado a justiça climática como pilar das negociações, reforçando que os mais afetados pela crise — povos indígenas, comunidades tradicionais e populações vulneráveis — precisam ser ouvidos e incluídos nas soluções.
O IDEIAS está acompanhando de perto todas as notícias e desdobramentos da COP30, reconhecendo a importância do evento não apenas para o Brasil, mas para todo o mundo. Nosso objetivo é informar, analisar e traduzir os impactos da conferência para leitores, organizações e comunidades envolvidas com a agenda socioambiental.
O que está em jogo?
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Ação imediata: sem NDCs mais ambiciosas, o planeta se aproxima de cenários de aquecimento superiores a 2,5ºC.
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Financiamento climático: compromissos pouco claros dificultam a liberação de recursos para adaptação e mitigação.
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Credibilidade internacional: a COP30 será uma prova de liderança global do Brasil e da capacidade dos países em alinhar discurso e prática.
O apelo brasileiro reforça que a COP30 não pode ser apenas mais uma conferência, mas sim um marco de compromissos reais e verificáveis. A mensagem é clara: sem novos planos climáticos, não há futuro possível dentro dos limites seguros do planeta.