A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, anunciou na última sexta-feira (20) a intenção de retirar de pauta a proposta de regras que visavam combater o greenwashing — prática de marketing que promove produtos como sustentáveis sem comprovação real.
A proposta, conhecida como Diretiva de Declarações Ecológicas, obrigaria empresas a apresentar provas concretas para validar alegações ambientais, como:
Produtos “neutros em carbono”
Embalagens “biodegradáveis”
Rótulos que indicam menor impacto ambiental
Essas declarações teriam que ser avaliadas por verificadores independentes, com o objetivo de garantir informações claras e confiáveis ao consumidor.
Segundo Maciej Berestecki, porta-voz da Comissão Europeia, a proposta será retirada após pressão de legisladores conservadores, especialmente do Partido Popular Europeu (PPE), maior força política no Parlamento Europeu.
O PPE considerou a diretiva “complexa demais” e alegou falta de estudos de impacto que justificassem os custos para as empresas.
Apesar da retirada da proposta, a Comissão afirmou continuar comprometida com o combate ao greenwashing e com a transparência nas informações ambientais oferecidas aos consumidores.
A iniciativa havia sido lançada pela própria Comissão em 2023 e estava em fase final de negociação com os Estados-membros e o Parlamento Europeu.
Se aprovada, a Diretiva traria mudanças significativas para empresas que fazem alegações verdes sem embasamento técnico. O recuo pode representar um retrocesso na luta por práticas empresariais mais sustentáveis e transparentes.
Fontes: Capital Reset