Precisamos pensar nesse bem tão precioso e ao mesmo tempo tão fugaz!
Água, fundamental para a manutenção da vida no planeta é o recurso mais abundante que temos, mas é preciso entender que somente uma pequena porção desse vasto universo é própria para consumo humano.
Segundo dados divulgados pela WWF-Brasil, mais de 70% da superfície da
Terra é coberta por água, entretanto, menos de 1% é própria para consumo.
Do total de água disponível no planeta, 97% estão nos mares e oceanos
(água salgada) e apenas 3% são água doce. Dessa pequena porcentagem,
pouco mais de 2% estão nas geleiras (em estado sólido) e, portanto, menos
de 1% está disponível para consumo. Esse 1% de água doce disponível para
consumo está nos rios, lagos e águas subterrâneas.
O mais chocante é que grande parte dessas parcas fontes, está sendo
poluída, contaminada e degradada por práticas humanas inadequadas.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), as mudanças climáticas observadas nas últimas décadas contribuíram para a escassez da água em vários lugares do mundo e agravaram a situação de mais de dois bilhões de pessoas que já não tinham acesso à água potável. De acordo com dados da organização, até 2050 uma a cada quatro pessoas viverá em um país onde a falta de água potável será crônica.
Inimaginável pensar nisso, no desequilíbrio entre várias regiões do mundo, provocando consequências indesejadas.
O Aqueduct Water Risk Atlas, produzido pelo World Resources Institute
(WRI), avalia estresse hídrico, riscos de seca e enchentes em cidades e
regiões de 189 países. Ele mostra que um quarto da população do mundo
enfrenta estresse hídrico “extremamente alto”. Prevê-se que a demanda
por água aumente em até 30% até 2050, impulsionada pelo crescimento
populacional, desenvolvimento socioeconômico e mudanças nos padrões
de consumo. Os conflitos relacionados com a água e a instabilidade política poderão potencializar a situação.
Segundo os dados, os países com maior problema de falta de água no
mundo estão concentrados principalmente no Oriente Médio: Catar, Israel,
Líbano, Irã, Jordânia.
Apesar do Brasil concentrar a maior reserva de água doce do mundo,
observamos grandes disparidades entre as regiões alternando períodos de
seca e de muitas chuvas.
E como tem sido a gestão desse recurso finito?
Análise de imagens de satélite do território entre 1985 e 2020 feita pela
equipe do MapBiomas, indicam uma tendência de perda de superfície de
água em todos os biomas do País.
“Mudanças no uso e cobertura da terra, construção de barragens e de hidrelétricas, poluição e uso excessivo dos recursos hídricos para a produção de bens e serviços alteraram a qualidade e disponibilidade da água em todos os biomas brasileiros. Ao mesmo tempo, secas extremas e inundações associadas às mudanças climáticas aumentaram a pressão sobre os corpos hídricos e ecossistemas aquáticos”, explica Carlos Souza, coordenador do GT de Água do MapBiomas. “Se não implantarmos a gestão e uso sustentável dos recursos hídricos considerando as diferentes
características regionais e os efeitos interconectados com o uso da terra e as mudanças climáticas, será impossível alcançar as metas de desenvolvimento sustentável”, alerta.
E esse é o alerta! É necessário a promoção da gestão sustentável dos
recursos hídricos se quisermos garantir a nossa sobrevivência na terra.
Ninguém vive sem água!
Portanto, nós enquanto sociedade, precisamos fazer a nossa parte, garantindo um papel de protagonista nessa história. Precisamos acabar com o mito da abundância e pensar em promover ações para evitar a escassez!
Ou teremos que enfrentar as consequências que afetarão substancialmente
a produção de alimentos, a produção de energia elétrica, o abastecimento
das cidades, bairros, residências, a saúde da população, além de prejudicar
outros setores como turismo, gerando impactos, sociais e econômicos.
Vamos refletir e conscientemente fazer a nossa parte?
Autor: Tereza Romero, Diretora-Presidente do Ideias