Inteligência Artificial e Práticas ESG: Um Potencial Transformador com Desafios Essenciais

A inteligência artificial (IA) está se tornando uma aliada fundamental para as organizações que buscam um modelo de negócios mais sustentável e ético. A tecnologia facilita a criação de soluções para desafios ambientais, identifica riscos à sociedade e melhora os padrões de governança corporativa. No entanto, o uso da IA para apoiar as boas práticas ESG apresenta tanto oportunidades quanto desafios que precisam ser ponderados.

Compreendendo que as organizações estão lidando diariamente com uma avalanche de dados gerados pela aceleração na transformação digital dos negócios e da sociedade, principalmente após a pandemia do COVID-19, a vantagem competitiva, que seria uma grande promessa desses novos modelos de tecnologia, tem criado grandes adversidades pela explosão no volume, velocidade e variedade de informações advindas do mundo digital.

Logo, se os negócios se tornam – por si só – cada vez mais complexos de serem geridos, adotar a tão falada “boas práticas ESG” é um duelo permanente.

Segundo a Forrester Consulting, 77% das empresas no Brasil falham ao transformar dados em informações relevantes para o negócio e é neste ponto que a inteligência artificial tem um papel fundamental, originando informações estratégicas para uma tomada de decisão assertiva e alinhadas a um futuro mais sustentável e ético.

Com dados precisos, é possível identificar áreas de alto impacto ambiental e propor soluções mais eficazes. Além disso, a IA pode auxiliar no monitoramento das condições de trabalho e segurança, principalmente em cadeias de fornecimento globais, onde há riscos de violações de direitos humanos e trabalhistas.

O uso de algoritmos pode melhorar a gestão de riscos e assegurar conformidade regulatória em tempo real, além de aumentar a transparência das operações, apoiando as empresas a detectar fraudes, prevenir crises e responder rapidamente a situações adversas.

Assim, pode-se exemplificar como a IA tem um potencial transformador para impulsionar o ESG dentro das corporações. Por outro lado, há desafios correntes, como o comprometimento da privacidade dos usuários, visto que é possível coletar e analisar grandes quantidades de dados pessoais; e a falta de transparência nos algoritmos e a complexidade dos modelos que dificultam a compreensão pública. Sendo um verdadeiro dilema de governança para empresas que pretendem aplicar a IA de forma ética e transparente, levantando preocupações sobre a manipulação de informações e o uso indevido de dados.

Para que a IA contribua de maneira positiva, é necessário adotar uma abordagem ética, com rigorosos controles de transparência e diretrizes claras para o uso responsável. Dessa forma, a tecnologia poderá ser uma verdadeira aliada na promoção de um desenvolvimento econômico mais justo e sustentável para as gerações futuras.

O sucesso da integração entre inteligência artificial e práticas ESG depende do equilíbrio entre inovação e responsabilidade. Com os cuidados apropriados, a IA poderá não apenas ajudar empresas a melhorar suas práticas ESG, mas também criar um impacto positivo duradouro na sociedade e no meio ambiente.

Autor: Luana Romero, diretora executiva do Ideias